Marui Yukie(solteira de 54 anos)
era a vendedora da bebida Gokult.
O trabalho principal dela era
vender Gokult fresco todos os dias para casas que pediam freqüentemente na área
designada dela. De manhã, ela terminava o trabalho de casa e ia para o centro
de distribuição. Então ela colocava o uniforme, punha o Gokult que tinha que
entregar no carrinho e lentamente entregava suas mercadorias no caminho que tinha
decidido.
Fora isso, um dos trabalhos mais
importantes dela era conseguir novos clientes.
Para promover as mercadorias, ela
decidiu deixar pessoas provarem um pouco dos produtos dela.
Como Yukie tinha muita confiança
nos produtos da companhia, ela frequentemente conseguia entregar as bebidas
para clientes que tinham provado, e nunca forçaria eles a comprá-las.
“Beba um pouco. É boa. Gostosa e saudável.”
Essa é a frase principal dela.
Ela se concentrava no sorriso e
honestidade.
“Gokult faz bem para o corpo. O que eu recomendo não pode
estar errado.”
E essa crença.
Na verdade, Yukie costumava ser
mais impaciente e sair pra todos os lugares para tentar aumentar o número de
clientes promovendo o que ela vendia. Porém, o corpo dela não aguentava mais
isso, e os métodos dela tinham mudado.
Primeiro, ela nunca forçava
outras pessoas a comprarem.
O salário de uma vendedora era
baseado em comissão, então o salário total seria decidido através do número de
Gokult entregues e o número de novos clientes. Porém, Yukie sentia que não
precisava de muito dinheiro, e não se fixava demais no salário.
Não, na verdade, não era só isso.
Ela até pediu que eles diminuíssem a área pra onde ela entregava.
Isso era para passar mais tempo
em cada cliente e ganhar mais confiança deles. Por causa disso, o número de
vendas dela não era mais tão impressionante quanto na época que ela era jovem
(ela tinha ganhado o título de mais impressionante Srta Gokult do ano três
vezes), mas ela ainda usava a personalidade e técnica de venda que tinha
treinado com o passar dos anos para conseguir grandes vendas, e por 10 anos,
não houve nenhuma reclamação dos clientes, nem qualquer problema.
E também, a área em que ela
vendia ficava cada vez menor.
Com isso, dava para ver o quanto
os clientes confiavam nela.
Então, para a Yukie.
“Desculpe, Marui-san.”
O supervisor da Gokult, que
comandava o centro de distribuição, realmente confiava nela, e gostava dela.
“Se não for um problema, você quer usar isso? Eu não pedi
para você ajudar depois do trabalho quando vieram empregados novos? Tem uma
recompensa por isso. A companhia me deu alguns desses.”
“Oh.”
Yukie segurou o rosto.
“Isso seria um pouco-”
O supervisor entregou um par de
ingressos para um parque temático pra ela.
“Goto-san sempre cuida de mim.”
Isso era verdade.
Como Yukie sempre ensinava novas
vendedoras, o supervisor frequentemente dava para ela benefícios visíveis ou
invisíveis.
“Hahaha.”
O supervisor coçou sua cabeça
meio careca.
“Talvez seja difícil para Marui-san aceitar isso.”
Normalmente, para uma mulher da
idade da Yukie, um par de ingressos para um parque temático não seria tão bom.
Porém,
“...”
Yukie permaneceu em silêncio por
algum tempo observando os ingressos.
“Posso mesmo ficar com eles?”
“Ah, você quer?”
“Sim.”
Yukie aceitou os ingressos e
sorriu.
“Eu sei pra quem eu posso dar isso.”
Muita gente falava sobre Haqua du
Lot Herminium.
“Haqua é realmente incrível! Ela era sempre a primeira na
escola, todas às vezes! Eu me impressionava muito, a foice que ela tem é a
prova de que ela era a número 1 da Academia Demônio, a 'Foice do Testamento'!”
Alguns, como Elsie, ficavam
realmente impressionados com a habilidade dela.
Ou,
“Haqua-chan é uma garota muito boa.”
Eles a elogiavam com uma única
frase, como a parceira dela, Yukie.
“Bonita, belo corpo (apesar dos peitos serem um pouco
menores), uma estudante modelo com ótimas notas.”
Essa era a impressão básica que
todos ao redor dela tinham.
A própria Haqua era um pouco
arrogante.
Mas só o Keima,
“... Em muitos aspectos, essa pessoa é um pouco irritante.”
Os óculos dele brilhando enquanto
ele suspirava e abaixava os ombros.
Hoje, Haqua irá mostrar aquele
'um pouco irritante em muitos aspectos' o quanto ela quiser...
“Eu não tenho outra escolha! Eu estou convidando você porque
eu não tenho outra escolha!”
“Nya~”
“Não se engane!”
“Nya?”
“Na verdade, eu não quero ir para um lugar tão infantil! Mas
a Yukie me forçou a isso... eh? Você está dizendo que eu devia jogar os
ingressos fora?”
“Nya.”
“Co-como eu poderia fazer isso... não seria um desperdício
muito grande?”
“Nya.”
“I-isso mesmo. Hã, então é isso... você vem?”
“...”
“V-você não vai vir?”
“...”
“Fale! Pelo menos responda!”
“Nya.”
“I-isso mesmo. Eu estou te convidando. Você virá, certo?”
Depois de um logo tempo.
“... Vo-você está feliz? Bem, você não vai se sentir
irritado, certo?”
Haqua continuou a olhar para o
gato que estava sentado na lixeira de plástico.
Aquele gato.
“...”
Depois de uma longa pausa
silenciosa,
“Nya.”
Miou e deu de costas antes de
subir na parede e sair sem olhar pra trás.
“...”
Depois de ver o gato ir embora,
Haqua suspirou.
“O que eu estou fazendo? Praticando com um gato...”
Ela estava segurando dois
ingressos para “Deanland”...
Tinha sido uma hora desde que
Haqua tinha chegado à casa dos Katsuragi e decidido entrar. Os passantes
olhavam para ela estranhamente, já que ela estava vestida com roupas estranhas
e carregava uma foice, mas ela não se importava, e continuava a olhar para a
casa do Keima, a “Cafeteria do Vovô”.
Com as mãos atrás das costas, ela
continuou a andar de um lado para o outro diante da porta.
“Uu~”
Porém, ela não podia simplesmente
continuar assim.
Ela tomou sua decisão e chutou o
chão para flutuar antes de desaparecer do outro lado da parede.
O modo de voo dela era muito mais
gracioso que o da Elsie, que também era um demônio.
Depois de entrar na casa, Haqua
ajustou sua respiração.
Ela colocou os dedos na clavícula
e sentiu o coração acelerar. Porém, como ela já tinha chegado até lá.
Não havia como voltar.
De fato.
“Nesse momento, a cada quinze dias, Elsie e a mãe do Keima
saem pra fazer compras.”
Haqua já sabia que elas saíam pra
comprar os suprimentos da cafeteria. Além disso, era claro que o Keima não saía
durante os sábados e ficava em casa jogando. Isso era uma coisa que ela já
sabia. O problema era a pequena chance de que o Keima teria saído para comprar
jogos.
“Os jogos que ele comprou semana passada ainda não estão
completos, então ele deve estar em casa hoje.”
Isso estava nas estimativas da
Haqua.
Katsuragi Keima estaria em casa,
sozinho.
Porém...
Haqua olhou a casa dos Katsuragi
e virou a cabeça levemente.
“O que é isso?”
Ela estava muito preocupada.
Havia coisas como alho, amuletos e cordas de palha espalhadas pelo lugar todo.
O que estava acontecendo?
O que aconteceu durante o tempo
que ela não estava lá para visitar?
Haqua andou por lá. Naquele
momento, uma voz veio da sala de estar.
(“Keima! Keima!”)
Era uma voz muito infantil.
(Hm?)
Haqua ficou preocupada.
Aquilo parecia ser uma garota.
E devia ser uma garota
desconhecida para ela, de quatro ou cinco anos. Quem poderia ser?
Keima não tinha nenhuma irmã mais
nova.
Alguma filha de um dos parentes
veio para brincar?
Na frente da sala de estar,
“O que foi, Tomomi?'
Ela podia até ouvir o Keima
falando. Quando a Haqua estava prestes a segurar a maçaneta da porta e abri-la
casualmente.
(“Eu quero beijar o Keima~”)
PAK!
Haqua ficou aturdida.
(Ah? Eh? O que foi que ela disse?)
Haqua estava parada lá, e não
dava pra saber se ela estava sorrindo ou zangada.
Durante esse tempo, da sala de
estar,
(“Eh? Keima. Que tal um beijo~?)
A voz aduladora da garota podia
ser ouvida.
“Haa.”
E Keima suspirando.
(I-isso mesmo... se ela fosse só uma criança que amadureceu
cedo demais, Keima estaria confortando ela...)
Logo quando Haqua estava pensando
isso.
“Certo.”
Keima falou com o tom de um
exibicionista que não se arrepende do que fez.
“Vamos nos beijar, Tomomi. Ninguém está em casa, afinal.”
(!)
No segundo seguinte, Haqua agiu
subconscientemente.
“ESPERE UM SEGUNDO!”
Ela abriu a porta com um
estrondo.
“VOCÊ NÃO PODE--!!”
E gritou.
“--!”
Na sala de estar,
Keima, que estava com o PFP bem
perto do rosto parecia chocado quando se virou para olhar.
Era raro vê-lo arregalar os olhos
desse jeito.
“Deixe-me esclarecer uma coisa.”
Os olhos do Keima brilharam.
“Tomomi pode ter um vocabulário muito pequeno, mas a
verdadeira idade e aparência dela estão mais perto de 17-18. Ela se envolveu em
um incidente onde ela foi abduzida por uma nave espacial e acabou em criostase,
então a idade mental dela é diferente.”
“...”
Em contraste, Haqua.
“ISSO NÃO É IMPORTANTE!”
Não parecia feliz, e dobrava as
pernas no sofá parecendo que tinha brigado, já que estava com os olhos
estreitados.
“Deixe-me explicar mais. Beijar é só tocar o rosto
levemente.”
Keima estava explicando atrás da
Haqua.
“Esse método baixo de usar o amor da outra pessoa é
eticamente e logicamente...”
“Eu disse que não é importante!”
Os olhos do Keima brilharam
enquanto ele olhava para a Haqua através de seus óculos.
“Então eu vou continuar com o meu jogo.”
Aí, ele levantou o PFP e
aproximou os seus lábios.
“Tomomi...”
Haqua deixou seu corpo afundar no
sofá, e então,
“EI! VOCÊ! VOCÊ NÃO TEM NENHUM SENSO DE VERGONHA?”
Ela gritou e deu as costas pra
ele.
“Nojento! Absolutamente nojento!”
Ela levantou seu dedo branco e
apontou ele para o Keima.
Keima arregalou os olhos e olhou
para Haqua.
“Por que você está aqui?”
Ele perguntou.
“Mu.”
Haqua ficou em silêncio por um
momento.
No jogo, a Compreensiva
Observadora de Perigo (A ideia do jogo era de pessoas responsáveis por observar
e prever órbitas de asteroides e outros perigos para os navios mercantes) Tomomi
Maria Hart
(“Vamos, Keima, um beijo~?”)
Ela continuava a pedir.
“Por que você está aqui?”
Agora, essa seria a pergunta mais
difícil para a Haqua responder.
“Uu.”
Ela tremeu.
“Uuu.”
Ela estava entrando em pânico.
Até ela percebeu que o coração dela estava acelerado. Era difícil saber se isso
seria só a imaginação dela, mas Haqua se sentia tonta.
“Bem.”
Nesse momento, os olhos do Keima
ficaram mais afiados.
“Você.”
Aqueles olhos claros pareciam ver
através de tudo.
“Não me diga.”
“C-cale a boca! O quê? O que foi? O que você quer dizer?”
“Não, nada.”
Ele disse isso.
“Provavelmente sou só eu.”
Logicamente para si mesmo.
“O que você está tentando dizer! Sério~!”
Haqua ficou um bom tempo em
pânico.
“Be-bem, a Elsie não está em casa?”
Mesmo já sabendo a resposta, ela
ainda fez essa pergunta. Keima não respondeu realmente.
“... Hm? Eu não sei.”
Ele apenas virou a cabeça.
“Está quieto hoje, então eu acho que ela não está em casa...
provavelmente?”
“Caramba.”
Haqua se sentia um pouco fraca.
“Você devia pelo menos saber onde está a sua parceira!”
Keima pegou o pedaço de papel da
mesa,
“'Kami-nii-sama! Eu saí pra comprar coisas junto com a
okaa-sama. Tem curry que a okaa-sama cozinhou no microondas. Coma isso no
almoço. '... é o que diz aqui.”
Ele recitou.
“Em outras palavras, parece que ela não está em casa.”
Keima murmurou sem parecer
preocupado. Haqua suspirou levemente e falou de forma deliberada.
“Ah~ Isso seria um verdadeiro problema.”
“...”
Keima continuou o olhar para a
Haqua.
“O que eu devo fazer? O ingresso que só pode ser usado hoje
será desperdiçado.”
Ela deliberadamente tirou o
ingresso do bolso e olhou para ele.
“Eu queria ir com a Elsie, mas ela não está.”
Ela falou, mas a voz dela não
carregava a emoção apropriada, parecia atuação ruim.
“Realmente, eu queria ir com a Elsie... tem dois desses.
Seria um desperdício eu ir sozinha.”
Ela olhou para o Keima
secretamente.
Keima continuou a olhar para a
Haqua.
Haqua estava entrando em pânico.
Ela rolou os olhos levemente.
Ela segurou o ingresso em frente
ao peito dela,
“Que complicado.”
Agora que ela tinha falado de
forma tão óbvia, Haqua achou que o Keima teria algum tipo de resposta.
“Tomomi...”
Inesperadamente, ele continuou a
jogar o jogo.
No PFP.
(“Keima!”)
Tomomi, que tinha esperado
pacientemente, falou.
Haqua desabou inadvertidamente no
sofá.
“Ei!”
Ela quase explodiu de raiva, mas
sentiu que tudo isso era inútil, então desabou fracamente, e o ingresso que ela
tinha ganhado caiu no sofá. Em outras palavras, esse homem nunca tinha tido
nenhum sentimento por ela. Ela sentiu isso definitivamente.
Ela estava cansada.
Ela se sentia muito cansada.
Keima olhou para Haqua, que
estava olhando para ele, então ele olhou para o ingresso na mão dela.
Ele parecia estar pensando em
alguma coisa, e então...
“... Haqua.”
Ele falou.
“O quê?”
Quase chorando, Haqua esfregou os
olhos. ‘Sério... Eu não quero ficar incomodada por causa desse cara’.
Ela pensou.
Assim,
“Mesmo o Keima tendo perguntado de uma forma muito natural,
Haqua não conseguiu entender”.
“Esse ingresso é para o parque temático perto do museu, não
é... posso ir com você?”
EH?
EHHH?
Haqua não entendeu imediatamente.
No momento seguinte,
Ela, que era muito orgulhosa e
defensiva,
Esqueceu-se de como devia agir.
“Me-MESMO?”
Ela virou, segurou o sofá, e não
pode deixar de gritar...
Ela estava extremamente alegre.
O sentimento triste que estava
nela foi imediatamente dissipado.
Ela não pode deixar de sorrir.
Pensando sobre tudo mais tarde,
Haqua se sentiu mal por causa disso.
Tal mal que ela não pode dormir
naquela noite...
Algumas horas depois.
Os dois chegaram à frente da Dean
Land, mostraram os ingressos e entraram.
Sozinhos.
Ela realmente conseguiu ficar
sozinha com o Katsuragi Keima.
Haqua sentiu que isso era como um
sonho.
O corpo dela estava quente, e ela
estava sentindo ansiedade.
“Eu nunca pensei que viria num lugar como esse com você...”
Mesmo eu tendo trazido o ingresso
pra ele, isso é muito estranho.
E o Keima,
“...”
Ele olhou para a Haqua.
“Você... está bem?”
Ele parecia sério. Haqua ficou
tensa.
“Ma-mais ou menos. Nós não podemos desperdiçar esses
ingressos afinal!”
E então, ela falou para esconder
suas emoções. Ela parecia ter visto a pergunta do Keima,
“'Está tudo bem eu vir junto? Você queria vir com a Elsie,
não é?'“
Ela parecia ter ouvido desse
jeito.
Ao ouvir a resposta da Haqua, a
expressão do Keima mostrou que ele estava pensando.
“... Eu não quis dizer isso.”
“F-falando nisso!”
Haqua mudou de assunto.
“Esse lugar é muito estranho... essa é a primeira vez que eu
venho para um parque temático. Todos eles são assim?”
Falando francamente, a Dean Land
era diferente de outros parques temáticos. O grande prédio tinha muitos locais
de entretenimento como salões de boliche, karaokês e jogos em rede. A parte
mais única era o cosplay.
Havia mais de 300 tipos de
fantasias que o parque podia emprestar. Além de uniformes como enfermeiras e
políticos, também havia roupas tradicionais, roupas de outros países, roupas de
personagens de jogos e mangá, e até de brinquedos de pelúcia.
Por causa disso, havia coelhos de
orelhas grandes, super-heróis, serventes de mini-saia e mágicos andando por lá.
É claro, Haqua não sabia que
Keima e Elsie tinham vindo aqui pouco tempo antes para conquistar certa garota.
Naquela ocasião, Keima fez um cosplay de príncipe.
“Cosplay... onde você usa todos os tipos de fantasias e se
diverte?”
Haqua olhou ao redor e percebeu
uma coisa enquanto assentia.
(Todos parecem felizes...)
Será que nós devíamos estar
usando essas roupas?
“O que você acha?”
Ela virou,
“Hm?”
E franziu o cenho, pois Keima
tinha sumido.
Haqua olhou ao redor, e viu Keima
com as mãos na cintura, SWOOSH, fugindo da Haqua.
“Espere!”
Haqua o perseguiu. Na verdade,
Keima não estava correndo, mas ele ainda se movia numa velocidade inacreditável
enquanto escalava facilmente a escadaria apesar dela estar lotada.
“Eh?”
O que está havendo?
Será que ele enlouqueceu?
“E-espere!”
Porém, Keima não tinha intenção
de se virar, mas subiu para o segundo andar, o terceiro e até a praça de
atividades no telhado.
“... Entendi.”
Haqua limpou o suor na testa e
suspirou abaixando os ombros.
Ela finalmente tinha entendido.
Por que o Keima tinha vindo pra
cá.
Por que o Keima aceitaria o
convite da Haqua.
Porque, bem ali.
“Exibição de Galges.”
Essas palavras estavam escritas
em uma placa enquanto multidões de pessoas estavam se movendo em direção a
exibição. Naquele momento, Keima já tinha adentrado a multidão como um peixe
entrando na água.
“Oh! É a reedição de <Nya~Nyan nyan>.”
Ou,
“Hm... o serviço de suporte da 'MassiveSoft' ainda é bem
rápido.”
Ele murmurava enquanto passava
pelos stands. Parecia que os distribuidores de galges tinham se estabelecido
nesse andar.
Primeiro apareceu uma sacola na
mão direita do Keima, depois na esquerda, e então, logo, os jogos começaram a
se multiplicar. Era como magia. Mesmo não sendo rápido demais para ver a olho
nu, o jeito que o Keima comprava tão rápido e de forma tão fluida não era algo
que uma pessoa normal pudesse fazer.
“...”
Haqua entreabriu os olhos.
Primeiro, ela começou a se sentir
fraca,
Depois, um pouco zangada.
Porém,
“Oh~!”
Ou,
“Un.”
Ao ver os olhos do Keima
brilharem enquanto ele corria pelos stands, a raiva dentro dela sumiu.
Haqua sorriu.
E então, ela se sentiu relaxada
por alguma razão.
(Esse cara.)
Ela sentia que o Keima era muito
estúpido.
Porém-
Parecia que ele realmente gostava
dessas coisas.
Keima nunca esconderia esse desejo ao qual ele era sempre
leal.
Nesse caso eu também posso...
Haqua sorriu.
“Fu!”
Keima terminou de comprar suas
coisas (como ele foi bem rápido, acabou em menos de 30 minutos), e parecia
realmente satisfeito. Naquele momento, Haqua o chamou.
Ela deu a ele um olhar
brincalhão.
“Parece que você se divertiu muito aí.”
“Uu.”
Parecia que o Keima, que deixou a
Haqua de lado... de certa forma, até usou ela para vir para essa Dean Land, se
sentia um pouco culpado.
Haqua disse,
“Nesse caso.”
Ela dobrou os braços e sorriu,
“Agora é a hora de se divertir comigo!”
Keima ficou tão chocado que ele
arregalou os olhos.
Haqua se atreveu a se soltar
completamente. Ela deixou todos os jogos que o Keima tinha comprado no armário
de estoque da Dean Land.
“Vamos trocar de roupa também!”
E trouxe Keima para o balcão
principal. Keima a seguiu silenciosamente.
“... Você não acha isso repugnante ou algo assim?”
Naquele momento, ele perguntou. E
Haqua respondeu,
“Isso se chama cosplay, não é? E pensar que os humanos
inventariam algo tão divertido.”
“... O jeito que você e a Elsie se vestem normalmente também
poderia ser considerado uma forma disso.”
Haqua não ouviu.
“Aqui, coloque isso.”
Ela apontou para a fantasia de um
ladrão tradicional (uma toalha de rosto, uma placa falsa e um pano de
embornal), e ela...
“Eu quero isso!”
Apontou para um uniforme de
policial.
“Ugh.”
Keima não parecia feliz.
Em pensar que a fantasia de
policial teria até algemas. Haqua prendeu Keima nas algemas e andou com ele
pelo parque.
Várias crianças riram do Keima.
Como Keima tinha deixado Haqua
para trás e só se importado em comprar jogos, parecia que ela queria usar essa
chance para se vingar.
“Ei! Já chega, não é?”
Ao ouvir o protesto do Keima, e
sentindo que já havia rido o bastante, Haqua tirou as algemas,
“Então vamos jogar esse tal de boliche!”
E saiu andando.
Keima suspirou e seguiu ela.
Eles empataram. Apesar de Haqua
ser uma atleta muito boa, essa foi a primeira vez que ela jogou boliche, então
ela não conseguiu fazer tudo o que podia.
Por outro lado, como isso não
tinha nada a ver com conquistar garotas, Keima não pode utilizar sua habilidade
total. Não, ao invés disso, ele não quis usá-la, e eles terminaram com uma
vitória e uma derrota cada.
Depois da Haqua se divertir,
“Vamos jogar outra coisa!”
“Sim sim.”
Keima pareceu ter desistido. Como
essa era uma ocasião rara, os dois voltaram para o balcão e trocaram de roupa.
Haqua virou uma princesa, e Keima era um cavaleiro (com armadura feita de
materiais leves).
Parecia que Haqua tinha um lado
que era uma garota normal.
Ela estava usando roupas luxuosas
e virava a cabeça levemente. Haqua já era elegante, e o vestido branco-leite
ficava muito bem nela.
“Vamos lá!”
Haqua apontou para frente e
marchou.
“...”
Keima sorriu levemente, colocou
sua espada falsa na frente de seu peito e se curvou levemente.
A habilidade do Keima no
fliperama surpreendeu a Haqua. Então, ela passou pela casa assombrada
timidamente. Durante esse tempo, os dois comeram carneiro grelhado no palito
antes de trocarem de roupa pra uma ninja e um samurai e irem para a área de
adivinhação.
Naquele momento,
“É essa! Eu estava curiosa a respeito disso desde que
entrei!”
Haqua correu para a entrada da
montanha russa. A montanha russa era a parte mais famosa da Dean Land, e os
trilhos passavam através do prédio inteiro. Uma parte do prédio era vazia para
deixar a montanha russa se mover por lá.
“Vamos!”
Haqua correu animadamente.
Naquele momento.
“...”
Keima, que só falava
ocasionalmente, subitamente pegou a mão dela por trás. Haqua ficou chocada.
“O que foi?”
Ela parecia completamente
surpresa quando olhou para trás.
E o rosto dela estava vermelho.
“Eh? O que foi? Ou, Katsuragi?”
Keima parecia estar pensando em
alguma coisa e gradualmente levantou a mão branca de Haqua para o rosto dela.
“Kya! Vo-você não pode. Idiota!”
“Não.”
“Eu, eu não disse não?”
Naquele momento, a outra mão do
Keima se aproximou do rosto da Haqua. Ela não pode evitar,
“Não... eu... disse...”
Ela não pode deixar de fechar os
olhos.
Ela congelou, esperando a próxima
coisa acontecer.
Então, a mão do Keima foi
colocada na testa dela, e ele falou gentilmente,
“Eu já sabia que algo não estava certo. Parece que você está
com febre. Você não pode andar na montanha-russa desse jeito. Vamos pra casa.
Eu vou pedir pra Elsie cuidar de você.”
“Eh?”
Haqua arregalou os olhos.
Naquele momento.
“!”
Ela perdeu o equilíbrio.
A visão da Hakua escureceu, e ela
perdeu a consciência...
“Des... culpa...”
Haqua deixou o Keima carregar ela
nas costas enquanto ela pedia desculpas tristemente. Naquele ponto, os dois já
tinham colocado suas roupas normais de volta e saído da Dean Land.
Eles iam ter que gastar muito
dinheiro, mas decidiram pegar um táxi de volta para a casa Katsuragi. Enquanto
andava para a parada de táxi, Keima não pode aguentar ver a Haqua tropeçando e
decidiu carregar ela.
“Desculpe Katsuragi.”
Haqua continuou a pedir desculpas
com uma voz anormalmente gentil.
Não importava quão animada ela
estava, a graciosa e altamente disciplinada Haqua deveria ter percebido que ela
não estava se sentindo bem.
E dessa vez, ela até causou
problemas para o Keima. Ela definitivamente ficaria infeliz com isso.
Keima suspirou.
“Da próxima vez que você pedir desculpas, eu vou te deixar
aqui.”
“Desculpe...”
“Eu fui para a exibição, então não foi tempo perdido. Eu não
me incomodo com isso.”
“...Un.”
Porém esse cara era realmente
incrível.
Haqua ficou impressionada com
ele. Ele até percebeu que ela tinha escondido a própria doença
subconscientemente e se preocupou com ela.
“... He~heh.”
Ela disse teimosamente,
“Eu realmente quero andar na montanha russa.”
“...”
Keima não mostrou uma expressão
feia, então ele já devia saber como responder isso. Ele frequentemente entendia
o coração subconscientemente.
Então,
“Heheh, eu realmente queria andar na montanha-russa.”
“u.”
“Eu realmente queria andar nela.”
“Uu.”
“Então, Katsuragi?”
E então,
“Bem, se houver mais vendar de jogos clássicos, eu posso
pensar nisso.”
Ele disse isso de uma maneira
indireta.
Ao ouvir o que o Keima tinha dito
em seu próprio estilo,
“...”
Haqua estreitou os olhos
levemente, e então,
“Un.”
Segurou o colarinho do Keima com
força, e inclinou seu corpo pra frente com toda a honestidade que ela nunca
tinha mostrado antes,
“Obrigado.”
Haqua descansou um pouco na casa
Katuragi, recusou a ideia da Elsie de passar a noite lá, e voltou para a casa
da Yukie naquela noite.
Apesar de estar realmente
relutante e estar mesmo com febre, mesmo assim, Haqua ainda voltou para passar
essa mesma palavra para a Yukie.
A palavra era,
“Obrigado.”
Tudo isso pelo trabalho duro da
Yukie em arranjar aquilo.
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